"Por que" , "Por quê" , "Porque" ou "Porquê"?

      
          Na língua portuguesa, existem quatro formas homônimas que apresentam diferentes funções e empregos. Vejamos a seguir qual o correto emprego dos termos por que, por quê, porque e porquê

Por que

         O por que tem dois empregos diferenciados:

        Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”.

Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
                 Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

        Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: "por qual", "pela qual", "pelos quais", "pelas quais".

Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (por qual / pelo qual)

Por quê 
        Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamativo, o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê                
                 Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque
         É uma conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.

Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
                 Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

Porquê
         É  um substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral:

Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)
                 Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)

Nova Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa

O atual Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em Lisboa por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, mais tardiamente, Timor Leste, em 16 de dezembro de 1990. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo n.o 54, de 18 de abril de 1995.

Cabe lembrar que essa Reforma restringe-se à ortografia, ou seja, é meramente ortográfica, numa tentativa de se unificar o português escrito dos países lusófonos.

As alterações na ortografia da língua portuguesa no Brasil começou a ser observada em 2008. Entretanto, somente em 2010, ela foi oficialmente incorporada, a partir das mudanças vistas em grande parte de textos jornalísticos, livros e revistas do país.

As principais mudanças da ortografia da língua portuguesa foram:

A reintrodução das letras k, w e y ao alfabeto do português. Agora, nosso alfabeto possui 26 letras ao todo:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

A abolição do trema. O trema ( ¨ ) não é mais usado. Contudo, a pronúncia de palavras que continham esse sinal sobreposto à letra u continua a mesma:

agüentar           aguentar
seqüência         sequência
seqüestro         sequestro
tranqüilo          tranquilo

Mudanças nas regras de acentuação:

1- Não é mais usado o acento de ditongos abertos éi e ói das palavras paraxítonas:

assembléia                 assembleia
alcatéia                      alcateia
idéia                          ideia
andróide                   androide
bóia                          boia

2- Em palavras paroxítonas, não é mais usado o acento no i e u tônicos quando vierem depois de ditongos decrescentes:

bocaiúva                   bocaiuva
feiúra                        feiura

3- Não é mais usado o acento em palavras terminadas em êem e ôo(s):

   abençôo                              abençoo
crêem (verbo crer)              creem
dêem (verbo dar)                deem
dôo (verbo doar)                doo
enjôo                                  enjoo
lêem (verbo ler)                  leem

4- Não é mais usado o acento que diferenciava os termos pára/para, pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s), pêra/pera.

Atenção: Permanece o uso do acento no verbo pôr, o que o diferencia da preposição por, que não é acentuada.