A 'presidente' ou 'presidenta'? Qual das formas devemos utilizar?


    Um fato inédito demarcou o resultado obtido por meio das últimas eleições no Brasil – o de uma mulher eleger-se como alguém que comandará a nação durante um determinado tempo. Tal ocorrência desencadeou, entre outros fatores, alguns aspectos relacionados à própria linguagem, tornando-se alvo de questionamentos por parte de algumas pessoas.

Afinal, Dilma Rousseff ocupará o cargo de presidente ou presidenta do Brasil?

    Tais expressões estão condicionadas a um fato linguístico inerente à classe gramatical representada pelos substantivos, mais precisamente no que se refere a uma de suas flexões – o gênero. E, ao se tratar desse assunto, percebe-se que há divergência de opiniões entre renomados gramáticos, tais como Celso Cunha, que ressalta que o feminino (relativo à presidenta) ainda se apresenta com curso restrito no idioma, em se tratando do Brasil. Evanildo Bechara e Luís Antônio Sacconi admitem como corretas as duas formas. João Ribeiro afirma que "o uso de formar femininos em “enta” dos nomes em “ente”, como "presidenta", "almiranta", "infanta", tem-se pouco generalizado". Por último, citamos as palavras de Domingos Paschoal Cegalla, o qual revela que “presidenta” é a forma correta e dicionarizada, ao lado de "presidente".
    Divergências deixadas à parte, o fato é que a forma “a presidente”, está correta, justamente pelo fato de integrar ao caso relacionado aos substantivos denominados comuns de dois. Portanto, podemos perfeitamente dizer: "a presidente".
   Assim, em meio a tantos posicionamentos, há que se dizer que há um especial, retratado pelo VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), revelando que o substantivo pode perfeitamente ter a sua forma flexionada, ou seja, é correto também dizermos "presidenta".
   Desse modo, o que mais nos interessa é saber qual das formas estão corretas, não é verdade? Pois bem, as duas estão de acordo com o padrão formal da linguagem. Logo, empregar esta ou aquela é opção de cada usuário.

Algumas inadequações relacionadas à linguagem informativa


    Em meio a tantas idas e vindas as quais se atribuem ao dinamismo que norteia esta entidade social denominada língua, identificamos distintas demarcações. Tratam-se de palavras que, como num passe de mágica, acabam se incorporando ao léxico, supressão e acréscimo no que tange às estruturas de alguns vocábulos e, sobretudo, aqueles que insistem em permanecer, como que de forma cristalizada, integram o cotidiano linguístico de tantos usuários.
    Como exemplificá-los todos de maneira particular não seria assim tão viável, o presente artigo tem por finalidade enfatizar um caso representativo, permeando pelas “entranhas” da linguagem informativa, relacionado ao verbo “sofrer”. Para tanto, basear-nos-emos nos enunciados subsequentes:

"Populações carentes sofrem com as consequências oriundas do descaso político."
"Salário mínimo sofrerá reajuste a partir do próximo ano."
"Alimentos de primeira necessidade sofrerão reajuste de preço."

   O sinal de pontuação indica tão somente que não apenas estas, como tantas outras circunstâncias comunicativas, perfazem-se dessa mesma ocorrência, sendo que o que acontece na verdade é o caráter que se atribuiu ao verbo em questão, ou seja, o de vicário, cujo sentido se relaciona ao ato de “fazer as vezes de”, “substituir algo”. Pressuposto este que, indiscutivelmente, remete-nos à ideia de uma efetiva reformulação no que se refere ao discurso apresentado. Desse modo, seguimos rumo a tal intento:

"Em virtude das consequências oriundas do descaso político, populações carentes são afetadas."
"Salário mínimo será reajustado a partir do próximo ano."
"O preço dos alimentos de primeira necessidade será reajustado."

   Desse modo, com base em tais postulados, repensemos nossos posicionamentos, de forma a evitar o “sofrimento” de algumas expressões, ajustando-as de forma conveniente à finalidade discursiva proposta mediante a interlocução.

Fim de semana – circunstâncias de uso

 

     Antes de darmos início à discussão que ora se evidencia, há um importante detalhe que se relaciona ao termo em questão. Detalhe este relacionado à nova reforma ortográfica, em vigência desde 1º de janeiro de 2009. Antes de tal advento, uma das formas de “fim de semana” era grafada com hífen, uma vez que esta representa uma locução. Agora, em se tratando de tantas mudanças, sobretudo no que diz respeito ao emprego do referido sinal, este não mais existe, assim como é o caso de "mão de obra", "dia a dia", "café com leite", entre muitos outros.
     Mas, afinal, como diferenciarmos ambos os termos (o antigo "fim-de-semana" e "fim de semana"), se agora aparecem grafados de forma idêntica? Foquemos, pois, no ponto central do artigo em questão – apontar as diferenças que os demarcam, tendo em vista o contexto em que são empregados. Para tanto, analisemos os enunciados a seguir:

"Todo trabalhador tem direito ao fim de semana remunerado."
"Irei visitá-lo no fim de semana."

    Mediante análise, há que se ressaltar que, no primeiro enunciado (referente ao antigo "fim-de-semana"), o sentido do termo diz respeito a "descanso", "folga", "lazer". Já no segundo, temos que a ideia se refere ao período que se inicia na noite de sexta-feira e termina na manhã de segunda-feira. Desse modo, em se tratando de tal contexto, será que é conveniente dizermos também "final de semana"? Evidentemente que sim, pois o sentido em nada alterará. Perceba:

"Viajaremos no próximo final de semana."
"Somente no final da semana é que poderemos nos encontrar."

     Como se percebe, apesar de apresentarem pormenores no tocante à grafia, faz-se necessário identificarmos as diferenças existentes em relação ao significado existente entre os termos em pauta.


Silabada – um vício de linguagem?



     Antes mesmo de constatarmos acerca de tal indagação, torna-se importante retomarmos o conceito de vício de linguagem. Este resulta dos inevitáveis desvios que cometemos mediante algumas situações de interlocução.
     Desse modo, partamos agora rumo a retratarmos acerca do conceito que se atribui à silabada, uma vez que esta consiste na mudança do acento tônico de alguns vocábulos, manifestados por mera vontade de alguns usuários, de forma aleatória. Contudo, devemos entender que tal acento provém da língua de origem a que estes vocábulos pertencem. Portanto, chegamos à conclusão de que realmente se trata de um vício de linguagem, pois perante o padrão formal da linguagem tal ocorrência é inaceitável.
     A título de ilustração, citamos algumas situações um tanto corriqueiras, como é o caso de "rúbrica" ao invés de "rubríca", "púdico" ao invés de "pudíco", entre tantas outras. Mas, afinal, a esta altura você deve estar se perguntando o porquê de estas palavras estarem acentuadas, não é verdade? Pois saiba que na realidade elas não recebem acento, mas a intenção de colocá-lo foi somente para dar ênfase à questão da tonicidade.
    Assim sendo, no intuito de conhecermos um pouco mais acerca do assunto abordado, verifiquemos, pois, outros casos representativos, também retratados com o acento, tendo em vista a forma correta e a forma inadequada. Ei-los, portanto:

                                                       

Discorrendo acerca da redundância


     Muitas vezes presenciamos, ou até mesmo proferimos, discursos que, embora imperceptíveis, transgridem, fogem do convencional. Tal ocorrência, sobretudo em se tratando da escrita, compromete a qualidade da mensagem, tornando-a pouco concebível aos olhos do interlocutor.
     Corriqueiras situações, como é o caso de “encarar de frente”, ilustram tal ocorrência, dada a constatação de elementos desnecessários à mensagem ora transmitida. Ora, qual o motivo de se usar para a locução adverbial “de frente”, se o ato de encarar já nos revela tal sentido? Assim, todas as vezes em que isso acontecer, diz-se que estamos diante de um vício de linguagem, denominado de redundância, que, como todo vício, deve ser automaticamente banido.
     Para isso, de modo a constatá-lo, devemos sempre ter um olhar crítico sobre aquilo que pretendemos dizer – algo que somente acontece quando nos dispomos a ampliar nosso conhecimento acerca dos fatos que norteiam a língua.
    Nesse sentido, colocando-nos a serviço de tal, reconheçamos, pois, outros casos representativos, uma vez expressos por:

“acabamento final”;
“antecipar para antes”;
“criar novos empregos”;
“conclusão final”;
“conviver junto”;
“elo de ligação”;
“encarar de frente”;
“ganhar grátis”;
“há anos atrás”, visto que o verbo haver já denota tempo decorrido;
“inaugurar o novo recinto”;
“manter o mesmo”
“novidade inédita”;
“panorama geral”;
“pequenos detalhes”;
“planos para o futuro”
“protagonista principal”;
“repetir de novo”;
“sorriso nos lábios”;
“surpresa inesperada”;
“todos são unânimes”;
“ viúva do falecido”...
    Assim, estes e tantos outros “redundam” por aí, sem que ao menos alguém os “infira” e os reveja.

"Ao nível de" ou "em nível de"


 

  "A nível de desenvolvimento, não podemos dizer que este país integra tal classificação."
     Eis que nos deparamos com uma colocação inadequada perante os compêndios gramaticais, por vezes criticada entre a maioria dos autores.
    Após constatarmos o significado que ela representa, levando-se em conta o exemplo supracitado, vale dizer que ele se refere a “em relação a”, “em termos de”. Dessa forma, sugere-se que utilizemos:

"Em nível de desenvolvimento, não podemos dizer que esse país integra tal classificação."
"Em nível nacional, moramos em uma cidade considerada a melhor."
    Mas, afinal, será que nunca devemos utilizar a expressão "a nível de"?     Obviamente que sim, desde que em vez da preposição “a”, optemos pela combinação do artigo a + o artigo = ao. Nesse caso, a acepção semântica se refere a “a mesma altura”. Portanto, observe:

"Ele quis sempre se colocar ao nível dos diretores."

"Aquela capital não fica ao nível do mar."
    Mediante tais pressupostos, resta-nos lembrar de que, em se tratando de situações de interlocução consideradas formais, faz-se necessário estarmos atentos às particularidades que norteiam os fatos linguísticos.

Despercebido ou desapercebido?



    Você se considera alguém despercebido ou desapercebido?
   Tenha certeza de que, caso algumas vezes se sinta desapercebido no que se refere aos conhecimentos linguísticos, certamente algo passará despercebido.
    Atendo-nos ao enunciado acima, constatamos alguns subsídios que nos remetem à ideia de que, ao contrário do que muitos pensam, os dois vocábulos são empregados em circunstâncias comunicativas distintas, pois cada um deles possui acepções semânticas particulares. Entretanto, como já dito, o engano de muitas pessoas reside no fato de os conceberem como palavras sinônimas.
   Dessa forma, ocupemo-nos em substituir a presença deles por palavras semelhantes, embora retratando a mesma ideia, tendo em vista o enunciado em questão:

Tenha certeza de que, caso algumas vezes se sinta desprovido no que se refere aos conhecimentos linguísticos, certamente algo passará imperceptível, em branco.
    Depreende-se, portanto, que algumas colocações devem ser aqui elucidadas:

Despercebido – refere-se a algo que não se nota, imperceptível.

"Estava tão despercebido, que nem ao menos notou minha presença.""Não deixe que isso passe despercebido."Desapercebido – possui o sentido referente a desprevenido, desprovido, desguarnecido de algo.

"Parece-me desapercebido, portanto não terá condições de resolver essa questão agora." "Como estava desapercebido, foi abordado por aqueles marginais que rondavam o tempo todo por aí."
      Eis então que nos defrontamos com uma situação que cotidianamente tende a se manifestar perante a postura de muitos usuários da língua: os muitos questionamentos acerca da ortografia de determinadas palavras que, por apresentarem semelhanças em alguns aspectos, tornam-se alvo de concepções errôneas, deturpadas.
     Mediante tal ocorrência, torna-se imperioso reafirmar acerca da busca pela leitura, pelo conhecimento de uma forma geral e, sobretudo, pela efetiva recorrência ao dicionário, em caso de dúvidas.

Aja ou Haja?

 
       Você, por certo, já ouviu alguém se perguntar por aí:
       - Aja (ou seria haja?) paciência!

      Percebeu que um grande número de vocábulos, os quais apresentam semelhanças gráficas e sonoras, tendem a nos acompanhar mediante distintas circunstâncias comunicativas? Sem dúvida! Por essa razão é que muitos usuários se sentem acometidos por alguns questionamentos no momento de optar pela forma correta.
      Desse modo, mediante tal realidade, dispomo-nos a discorrer acerca dos pontos que demarcam duas corriqueiras formas verbais, expressas por “aja” e “haja”, as quais integram nosso linguajar rotineiro. Assim sendo, voltemos ao exemplo anterior, atendo-nos agora à forma adequada:
     - Haja paciência!

      Ora, de forma simples, devemos constatar que “haja” representa o presente do modo subjuntivo, fazendo referência à primeira ou terceira pessoa, bem como a forma afirmativa ou negativa do modo imperativo do verbo “haver”, assim expressas:

Presente do modo subjuntivo
Que eu haja
Que ele haja
Forma afirmativa e/ou negativa do modo imperativo
Haja você
Não haja você

     Outros sentidos que podemos atribuir à forma verbal em questão são ocorrer, acontecer, existir. Dessa forma, temos:
     Que exista, que ocorra paciência.

     A outra forma, representada por “aja”, nada mais é do que a forma flexionada, demarcada também pela primeira ou terceira pessoa do presente do modo subjuntivo, como também das formas imperativa e negativa, só que desta vez se referindo ao verbo “agir”. Assim, constatemo-las:

Presente do modo subjuntivo
Que eu aja
Que ele aja
Forma formativa e/ou negativa do modo imperativo
Aja você
Não aja você

     Podemos, por conseguinte, atribuir à tal forma o sentido de atuar, proceder. Assim, materializando a afirmativa, temos:
    - Aja sempre com cautela. (atue)
    - Desejo que você aja de forma consciente, mediante a tantas intempéries. (proceda)

Importantes dicas ortográficas da Língua Portuguesa

 

       No tocante à nossa performance linguística, na condição de usuários assíduos da língua, muitas vezes cometemos alguns “tropeços” que, em se tratando de situações específicas de interlocução, concebem-se como inadequados. Por vezes, tal ocorrência pode se dar por um simples descuido de nossa parte ou até mesmo por falta de um conhecimento mais amplo acerca dos fatos linguísticos.
      Assim sendo, a começar pelo título do artigo, algumas dicas nos servirão como base rumo ao bom desempenho no que diz respeito a esse aspecto. Sendo assim, norteado pela importância de se conquistar determinadas habilidades, o estudo a que iremos nos dedicar aponta acerca de algumas recorrentes circunstâncias comunicativas que geralmente representam alvo de muitos questionamentos. Com base nessa premissa, vejamos:

"Peixes possuem espinhos ou espinhas?"
      Podemos dizer que algumas espécies possuem ambos os elementos. O que na verdade importa é que saibamos fazer a diferenciação que há entre eles. Para tanto, analisemos:

      No caso de se tratar daqueles ossos internos, dizemos sempre “espinhas”. Agora, fazendo referência àquela saliência fina e pontiaguda que recobre o corpo de alguns animais, aí sim podemos afirmar que se trata de “espinhos”. No caso dos peixes, há alguns que possuem tal característica.

 "Toda cor possui plural?"     Acredite: nem todas são demarcadas por esse aspecto, tendo em vista alguns pormenores tidos como relevantes, observe:
     Geralmente a nomeação que a elas atribuímos (vermelho, verde, amarelo, roxo, entre outros), ora pode funcionar como adjetivos ("olhos azuis"), ora como substantivo ("O azul é minha cor predileta."). Ocorrências essas que quase sempre obedecem às regras de flexão de número.
     Contudo, há aquelas cuja nomeação se origina de outros seres, como, por exemplo, objetos, flores, frutas, etc. Assim sendo, laranja, limão, vinho, violeta, rosa, cinza, gelo, de substantivos passam a ocupar a função de adjetivos, permanecendo, portanto, invariáveis. Logo, torna-se perfeitamente compreensível e, sobretudo, adequado, dizermos:

Camisetas laranja; vestidos violeta; gravatas limão, camisas rosa; persianas gelo, e assim por diante.
"TV a cores ou em cores?"
      Se alguém nos perguntasse se assistimos ao filme a preto e banco ou em preto e branco, certamente optaríamos pela segunda alternativa, até mesmo por uma questão de coerência.
      Indo um pouco mais adiante, sobretudo no que diz respeito à função relativa aos termos “a” (a cores) e “em” (em cores), temos que o “a” somente pode funcionar como artigo, pois como preposição é impossível, visto que não se usa preposição antes de palavras pluralizadas (cores). Dessa forma, atendo-nos ao termo “em”, esse sim é uma preposição e condizente ao contexto, ou seja:

"TV em cores."       "Subsídio" (com som de "s") ou “subizídio” (com som de "z")?     Mediante tal circunstância linguística, há que se fazer uma importante colocação: ao dizermos ASA, percebemos que a letra "s" apareceu grafada entre duas vogais, fato que a faz, em se tratando de termos fonéticos, possuir som de “z”. Quando o mesmo ocorre, mas o som agora, necessariamente, precisa ser o de “s”, basta duplicarmos tal letra, como, por exemplo, “ASSAR”.
      Assim sendo, não há fundamentos que nos conduzam a pronunciar o referido vocábulo com som de “z”, mas sim como orginalmente se apresenta, ou seja, "subsídio" (com som de "s").

Desmitificar ou desmistificar?

 


       Desmitificar e desmistificar? Tendo em vista os aspectos gráficos que os norteiam, diferem apenas por uma única letra – o “s” presente em desmistificar. Ah! Como são tantas as palavras presentes na nossa língua que retratam essas mesmas características.
      Será que tais aspectos implicam em possíveis questionamentos no momento de utilizá-las corretamente? Obviamente que sim, pois, por uma simples distração, ou até mesmo por falta de um conhecimento mais amplo acerca dos fatos linguísticos, muitos usuários podem concebê-las como sinônimas – fato que desencadeará no emprego de uma ou de outra –, de forma errônea.

       Desmitificar – Desfazer um mito, tirar o caráter de mito, despojar de consagração (alguém ou algo).
"Precisamos desmitificar que gatos são responsáveis pela transmissão de doenças alérgicas."
      Desmistificar – Desfazer uma mistificação, denunciar um erro. "Todo aquele bando de malfeitores foi desmistificado pela equipe de investigação, a qual já atuava há alguns dias."      Em se tratando desse caso, eis um aspecto que expressa relevância. Para tanto, analisemos o enunciado a seguir para que possamos nos inteirar da questão em pauta:

"O fulano de tal precisa ser desmitificado... Ou seria desmistificado?"      Nesse caso, somente o contexto nos proporcionará pistas seguras para que possamos optar pela forma correta, ou seja, se tal pessoa é considerada como alguém com virtudes exageradas, ou se se trata de um farsante.
     Portanto, atente-se para a questão, com vistas a fazer a escolha correta.

O emprego adequado de Tivesse e Estivesse



         Tivesse ou estivesse? A princípio, pode parecer um assunto um tanto quanto óbvio, não carecendo, assim, de nenhuma consideração mais aprofundada. Mas acredite, caro(a) usuário(a), ambos os verbos são alvo de alguns questionamentos e, sobretudo, algumas significativas confusões - fato esse que acaba por comprometer a performance linguística, dados os requisitos inerentes à modalidade escrita da linguagem.
       A problemática reside no fato de que, não raras as vezes, muitas pessoas utilizam as formas demarcadas pela terceira pessoa do singular (tivesse), bem como a terceira pessoa do plural (tivessem) no lugar de estivesse/estivessem. Assim, comumente nos deparamos com discursos assim materializados:

"Se eu tivesse lá nada teria acontecido."

      Ora, uma boa e simples dica é analisar se depois do verbo aparecer um termo que indique lugar, o qual, no exemplo em questão, evidencia-se por meio do adjunto adverbial “lá”. Alguém só pode “estar” em um local, ou seja, o uso do verbo “ter” é inadequado. Portanto, fazendo a correção, obtemos:

"Se eu estivesse lá nada teria acontecido."

      Esse mesmo equívoco tende a se manifestar também no futuro do subjuntivo, no qual a troca de uma forma pela outra é perceptível, tal qual em:

"Quando eu tiver lá, farei uma visita a você."

      Reformulando, constatemos:

"Quando eu estiver lá, farei uma visita a você."

     Mediante os casos elucidados, o artigo em pauta tem por finalidade discorrer acerca de alguns importantes pontos que demarcam essas formas verbais. Nesse sentido, torna-se fundamental compreendermos que “tivesse” representa o pretérito imperfeito do modo subjuntivo, o qual exprime uma condição referente ao verbo “ter”, enquanto que “estivesse” pertence ao verbo estar. Note que ambos os verbos tanto podem funcionar como principais quanto auxiliares:

Se eu tivesse as ferramentas adequadas, já teria concluído o serviço. (principal)
Se você estivesse aqui, tudo seria mais fácil. (idem à condição anterior)
Se eu tivesse estudado um pouco mais, teria obtido um bom resultado. (auxiliar)

O uso correto de "Pousar" e "Posar"

        Pousar e posar representam os muitos páreos de vocábulos parônimos que, vez ou outra, acometem grande parte dos usuários quanto à forma correta de utilização. Sim, pelo fato de uma simples letra acabar fazendo toda a diferença, sobretudo no que diz respeito às acepções semânticas que norteiam uma infinidade de vocábulos.
        Em razão de tal pressuposto, compartilharemos a partir de agora com os traços que demarcam dois deles, os quais nos são bastante familiares, e empregá-los corretamente faz parte de nossa conduta enquanto usuários desse complexo e dinâmico sistema que nos qualifica como eminentemente sociais – a língua da qual fazemos uso.
        Assim sendo, nunca é demais termos sempre em mente:

"O avião pousa."

 pousar significa chegar à superfície

         O verbo pousar significa chegar à superfície.

"O cão e o gato posaram para a fotografia."

posar significa fazer pose

         O verbo posar, por sua vez, significa fazer pose.

         Eis que, assim, partamos para a análise linguística de ambos os vocábulos:
         O sentido que se atribui a pousar faz referência a algo que se encontra no ar e que está prestes a tocar a superfície. Em razão disso, sempre pousamos os talheres sobre a mesa, algum fardo sobre o chão, presenciamos um avião pousando (ou aterrissando), bem como alguém pousando em um determinado local. Isso mesmo! Sabia que a pousada teve aí sua origem? Obviamente que estamos falando em pernoite, hospedagem.
         Posar, cuja origem estreita laços com a língua francesa, faz referência ao ato de permanecer imóvel numa determinada posição, fazer pose.
         Pois bem, em face desses pressupostos constatamos acerca de mais uma peculiaridade linguística, a qual deve se incorporar ao nosso conhecimento, para que assim possamos fazer pleno uso de suas atribuições sempre que se fizer necessário.

Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos - Marcas Distintivas



        Pronome é o termo que substitui ou acompanha o substantivo, relacionando-o às três pessoas do discurso – tanto no singular (eu, tu, ele/ela), quanto no plural (nós, vós, eles/elas).       Conceito efetivamente firmado. Entre as particularidades que norteiam tal classe há uma de singular importância – por sua vez, alvo de nossa discussão, isto é, o fato de os pronomes tanto se conceberem como substantivos quanto adjetivos. Mas qual será o fator determinante que os diferencia? Para que possamos resolver tal embate, analisemos o enunciado a seguir:

"Meu amigo é de inteira confiança."
      Quando analisado, o pronome “meu” se classifica como possessivo. Digamos que tal constatação esteja parcialmente correta, pois resta-nos saber se ele é também adjetivo ou substantivo.
     Atendo-nos a uma análise mais criteriosa, percebemos que ele não substitui nenhuma palavra, apenas acompanha o substantivo “amigo”. Dessa forma, podemos dizer que ele, além de acompanhar o substantivo, ainda lhe confere uma determinada particularidade: “meu” (relativo a uma pessoa específica). Nesse caso, ele classifica-se como pronome possessivo adjetivo.
    Vejamos este outro caso:

"Meu amigo é de inteira confiança, mas o seu não é confiável."
    Percebemos agora que o pronome possessivo “seu” substitui o substantivo “amigo”, para evitar que este fosse repetido. Temos, então, um pronome possessivo substantivo, pelo fato da já citada substituição.

   Eis as diferenças que os demarcam!!!!

Os principais processos de formação de palavras



Os principais processos de formação são:

       DERIVAÇÃO:

Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra, chamada de primitiva. Os processos de derivação são:

      Derivação Prefixal
A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impaciente.

      Derivação Sufixal
A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: realmente, folhagem.

     Derivação Prefixal e Sufixal
A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.

Ex.: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo). Você pode observar que os dois afixos são independentes: existem as palavras desleal e lealmente.

     Derivação Parassintética
A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.

Ex.: anoitecer (a- prefixo e -ecer - sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois os afixos não podem se separar.

     Derivação Regressiva
A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem.

Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português).

     Derivação Imprópria
A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão, ocorre quando a palavra, pertencente a uma classe, é usada como fazendo parte de outra.

Exemplos:

coelho - substantivo comum, usado como substantivo próprio - Daniel Coelho da Silva.

verde, geralmente usado como adjetivo - Comprei uma camisa verde-, é usado como substantivo: O verde do parque comoveu a todos.

Um importante processo de formação de palavras: a Abreviação Vocabular


        
       Se alguma vez ou determinadas vezes você pronunciou palavras como Sampa, japa, portuga, entre outras... é hora de saber que tal procedimento, mesmo que pertença a uma linguagem coloquial, representa um fato linguístico – razão pela qual se torna passível de se integrar ao conhecimento de todos nós, usuários da língua.
      Como sabemos, as palavras que compõem nosso léxico são resultantes de um processo, umas pela junção de termos, outras pelo acréscimo de prefixos e sufixos, entre outras características. Dessa forma, o presente artigo tem por objetivo ressaltar acerca de uma delas – a abreviação vocabular, cujo traço peculiar se manifesta por meio da eliminação de um segmento de uma palavra no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente aquelas mais longas. Diante disso, vejamos alguns exemplos:

metropolitano – metrô
extraordinário – extra
otorrinolaringologista – otorrino
telefone – fone
pneumático – pneu
       Muitas destas abreviações podem denotar sentimentos variados, expressando carinho, desprezo, preconceito e, às vezes, até zombaria. De forma a constatá-los, analisemos os exemplos subsequentes:

comunista - comuna
Florianópolis – Floripa
delegado – delega
professor – fessor
japonês – japa
português – portuga
        Uma observação digna de nota, e que também representa a ocorrência em voga, reside no fato de algumas abreviações terem se tornado bastante frequentes na língua atual. Tal fato consiste no uso de um prefixo ou de um elemento, referente a uma palavra composta, no lugar do todo. Analisemos, portanto, alguns casos representativos:

micro (relativo a microcomputador)
míni (referente a minissaia)
vídeo (concernente a videocassete)
ex (relativo a ex-namorada ou ex-namorado, ex-esposa ou ex-marido)

 

Família de ideias, Sinonímia e Antonímia

 

          Família de ideias caracteriza-se por palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam, basicamente, uma mesma ideia.

         Veja a relação a seguir:

* casa, moradia, lar, abrigo.

* residência, sobrado, apartamento, cabana

         Todas essas palavras representam a mesma ideia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de ideias.

         Observe outros exemplos:

revista, jornal, biblioteca, livro.

casaco, paletó, roupa, blusa, camisa, jaqueta.

serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho, planalto.

telefonista, motorista, costureira, escriturário, professor.


                                                                 Sinonímia 
          É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS.

Exemplos:

cômico - engraçado.

débil - fraco, frágil.

distante - afastado, remoto.


                                                                 Antonímia
          É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.

Exemplos:

economizar - gastar

bem - mal

bom - ruim