Descrição


   Figurando-se dentre a modalidade escrita, o texto descritivo perfaz-se de certas particularidades concernentes à mesma, tais como: linguagem clara e precisa, ideias coesas e coerentes, distribuídas em uma sequência linear em que o discurso condiciona o leitor a adquirir uma visão mediante o objeto descrito.
  O texto descritivo atribui-se às características peculiares a um determinado ser, objeto, lugar, uma obra de arte, um filme, dentre outros. Há de se considerar que o ato da observação relaciona-se aos cinco sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato), com vistas a apreender o objeto captado e transformá-lo em imagens e palavras.
   Podemos dizer que se trata de uma fotografia verbalizada, na qual a riqueza de detalhes, retratadas de forma minuciosa destaca-se como fator de extrema relevância. Na medida em que o emissor os revela, automaticamente vai se instaurando um clima de interatividade com leitor, materializando-se como uma espécie de representação mental acerca do que é representado.
   Torna-se importante ressaltar que a tipologia ora em evidência compões-se de duas formas representativas: a objetiva e a subjetiva.    Na descrição objetiva o observador limita-se a descrever os fatos de uma forma concisa, tal e qual eles realmente demonstram ser. Neste caso o objeto é retratado de maneira fiel, isentando-se de qualquer atributo ligado à subjetividade. Vejamos um exemplo:

"A garota era loura, olhos azuis, extrovertida, dinâmica e inteligente. Entrou na passarela, demonstrou toda a sua competência e sagrou-se como vencedora."
   Percebe-se a predominância de uma imparcialidade absoluta no que se refere ao discurso apresentado.
  Já na descrição subjetiva, o observador ao retratar o elemento em evidência, lança mão de suas próprias impressões, revelando-as por meio de instinto subjetivo, emitindo opiniões e atribuindo juízos de valor. Conforme demonstra o fragmento a seguir:

“A cama larga, coberta com uma colcha rendada, ocupava quase todo o quarto aconchegante com suas almofadas de seda e paredes cobertas de retratos familiares [...] O retratos familiares eram antigos, amarelados e convencionais com seus grupos de homens e mulheres de preto, cercados de crianças de cachos e botinhas.” Telles, Lygia Fagundes. As meninas. Rio de janeiro: Rocco, 1998.
   Detectamos diante do mesmo, um certo envolvimento por parte do emissor, explicitamente retratados pelo emprego dos adjetivos: antigos, amarelados e convencionais.