Para mim ou Para eu? Uma adequação ao discurso



           Em determinadas circunstâncias, você já esteve submetido a questionamentos dessa natureza? Se sim, não se preocupe – nada mais natural! Expressões tão corriqueiras, mas que ao mesmo tempo funcionam como verdadeiros entraves para muitos usuários da língua.
           Semelhantemente a outras ocorrências linguísticas, essas também estão condicionadas a determinadas regras, em se tratando de suas reais situações de uso. Portanto, algumas considerações se encontram evidenciadas a seguir, subsidiadas nos seguintes enunciados:

"As notas foram entregues a mim."
"Esta pesquisa é para eu fazer."

           Analisando a predicação do verbo entregar, constatamos que este se revela como transitivo indireto, pois sempre entregamos algo a alguém. Portanto, o pronome oblíquo “mim” funciona como complemento deste – ora representando o objeto indireto.
           Já no segundo exemplo, o pronome pessoal do caso reto (eu) funciona como sujeito da oração. Eis que devemos sempre empregá-lo quando um verbo conjugado no infinitivo o preceder. Como nos demonstra o exemplo a seguir:

"Todos estes projetos são para eu executar."

           Percebemos que o pronome (ocupando a posição de sujeito) é quem executa a ação.

          Analisemos outro caso, a título de uma melhor compreensão:

"Para mim, viajar nestas férias não faz a menor diferença."

          Parece haver informações contraditórias, se depois da referida expressão há um verbo no infinitivo.
          Absolutamente! O fato é que, nesse caso, como a expressão em pauta se encontra demarcada por um sinal de pontuação, entende–se que esteja isolada do contexto, pois o correto seria que estivesse no meio ou no final. Revelada por:

"Viajar nestas férias não faz a menor diferença para mim."

          Nesse caso, a função da expressão "para mim" seria a de objeto indireto, e não a de sujeito do verbo no infinitivo "viajar".